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Ato 1:
Caro leitor, esse poema precede ao próprio prólogo.
Não serão feitas considerações do bem ou do mal. Talvez algumas fofocas.
A caso será contado na sua essência mais simples.
É relatório poético pensado postado puro.
O autor não se responsabiliza por emoções ausentes.
É um prisma sem cor.
O amor se perdeu no meio do caminho mas foi salvo ao final.
Boa sorte em sua jornada e pegue seu troco na saída.
Ato 2:
Estavamos todos sentados.
A mesa era quadrada. Redonda. Hexagonal. Circular. Triangular. Sei lá.
Eu, Poeta, Deus, Alter-ego e a Palavra Perdida.
Todos estavamos lá. Cá. Lá. Cá. Chega!
Poeta afirmou: eu estou cansado de escrever o poema sem nada.
Alter-ego recusou: o problema é seu. Eu avisei que gosto de verde. Vermelho. Verde. Vermelho.
Eu contestou: se decida. Você nega tudo e nada diz. Eu que sofro tudo mas é você que reclama. Mama.
Deus interrompeu: a fé do fio da navalha se foi. Era pouca e morreu.
Vocês brigam mas a reza é minha. Sua. Dele. Nossa. Dele. Minha. Nunca.
Palavra-perdida ajuizou o fim dos tempos: chega. Acabou. Chorem. Chiai vós.
Eu estou fora. Já me perdi na vida. Fui promessa. Amordaçada. Criticada.
Negada.
Vocês se tornaram crianças velhas de seu tempo sem fim.
Ato 3:
Todos foram parar parando na prisão da delegacia.
Ficaram anos presos. Meses. Dias. Horas. Segundos.
Alguns morreram. Outros se perderam. Alguns renasceram.
Mas todos se esqueçeram de se serem uno ao viver.
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Leonardo Molinari